Aprendendo em visita à sede das Nações Unidas em Nova Iorque

Num dos dias que passamos em NYC fomos visitar a sede da ONU. Tivemos que marcar a visita com mais de duas semanas de antecedência, mas vale mesmo a pena. Pagamos 18$ mas a visita é extremamente informativa e detalhada, fazendo com que o preço a pagar seja justo.


A visita demora cerca de 1 hora a percorrer os organismos da ONU que funcionam em Nova Iorque, ou seja todos com excepção do Tribunal Internacional de Justiça que tem sede em Haia, na Holanda. Sendo assim, é possível visitar na sede da ONU a Assembleia Geral, o Conselho de Segurança, o Conselho Económico e Social e o Conselho da Tutela. 


A sala do Conselho de Segurança da ONU é o espaço mais emblemático do edificio, quer pelo simbolismo que acarreta, quer pela beleza. Este é o único organismo da ONU com poder vinculativo e com responsabilidade na manutenção da paz e da segurança entre os países do mundo. Infelizmente, o poder de veto dos EUA, China, Rússia, França e Reino Unido tem sido um dos entraves à paz mundial, nomeadamente na Síria, na Palestina, no Tibete ou no Darfur. 


Há uma exposição sobre as forças de Manutenção de Paz da ONU, os chamados Capacetes Azuis, e é possível ver onde existem tropas espalhadas pelo mundo e a forma como operam no terreno.




Infelizmente não conseguimos entrar na Assembleia Geral da ONU porque estava em obras de remodelação. Estará pronta apenas em Outubro deste ano. Não entramos na Assembleia Geral mas entramos no Conselho Económico e Social (onde decorria uma sessão sobre ajuda ao desenvolvimento e por isso não se podiam tirar fotografias) e ao Conselho da Tutela. O Conselho de Tutela suspendeu operações a 1 de Novembro de 1994, com a independência de Palau, o último território sob tutela das Nações Unidas.


O tour foi orientado por um elemento peruano a trabalhar na ONU e, à medida que íamos progredindo no edifício ele ia explicando o funcionamento desta organização. Muito interessante foi fazer a visita com um grupo de estudantes universitários de Puerto Rico (território sob administração norte-americana) e que deixaram bem claro que essa não é a vontade da sua população, tornando-se claro que a ONU não consegue dar resposta a esse tipo de problemas. 


À medida que andávamos o guia peruano ia-nos apresentando alguns dos projectos da organização. A ONU, através da UNICEF, envia ajuda aos países carenciados de apoio à educação. Trata-se de uma "mala escola", no valor de 280$, que possui material suficiente para criar uma sala de aula para 40 crianças. Sabiam que todos podemos contribuir através do site da UNICEF? Eu não sabia. Achei uma ideia muito boa para envolver os alunos do ensino secundário na ajuda ao desenvolvimento. 


No final da visita está patente uma exposição sobre o Genocídio do Ruanda. Os testemunhos escritos são surpreendentes e muito chocantes. Este ano, no dia 6 de Abril, assinalaram-se 20 anos do início do massacre dos Tutsis no Ruanda. Infelizmente, depois deste muitos se seguiram (embora em menor escala) mas o mundo ainda não conseguiu encontrar uma forma de resolver estes e outros conflitos. Lembro que no Ruanda foram mortas 800 000 pessoas (tutsis e hutus moderados) em cerca de 3 meses.




Não resistimos a partilhar convosco um dos testemunhos na exposição sobre o Ruanda, na ONU. Convém nunca esquecer do que o ser humano é capaz de fazer ao seu semelhante.


No recinto exterior da ONU existem várias esculturas oriundas de diversas partes do mundo. No entanto, um dos monumentos mais interessantes é um pedaço do muro de Berlim.


Aqui aprende-se.


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