Estátua da Liberdade e Ellis Island – A entrada na Terra Prometida


“Dai-me aos vossos exaustos, aos vossos pobres, às vossas massas aglomeradas, ávidas de respirar livremente. Às miseráveis recusas de vossas prolíficas costas. Enviai-me aos desesperados, atirai-mos. Ergo a minha luz junto à porta dourada!”

O Novo Colosso, Emma Lazarus


Existem monumentos simbólicos que estão inexoravelmente ligados à imagem de um país e um dos casos mais paradigmáticos é o da Estátua da Liberdade. Símbolo da terra das oportunidades e de sonhos a concretizar, foi ela a primeira imagem que muitos imigrantes tiveram do continente que os recebia. 


E, entre os anos de 1892 e 1924, esses que chegavam tinham de passar pela alfândega situada na ilha de Ellis. Ali eram feitos os rastreios médicos e a selecção daqueles que estavam em condições de pôr o pé no novo continente. Por aqui passaram cerca de 12 milhões de pessoas, algumas célebres, como Albert Einstein, mas a esmagadora maioria, indivíduos incógnitos que procuravam uma vida melhor numa terra longínqua. Actualmente, o edifício da alfândega foi recuperado e transformado no Museu da Imigração, com fotografias e registos áudio, textos e documentos que atestam as condições e o contexto histórico desta imigração maciça (os registos indicam que no seu ponto alto, chegaram a passar por aqui cerca de doze mil pessoas por dia).
 

Hoje é possível visitar estes dois marcos históricos dos EUA numa curta viagem de ferry que parte da ponta sul de Manhattan, em Battery Park, e que nos leva, primeiro à Liberty Island. Para quem quer subir à plataforma da estátua, ou à sua coroa, é necessário reservar bilhetes com semanas de antecedência. Nós ficamos pela zona verde circundante. O dia amanheceu com temperatura amena e com céu azul, e a vista de Manhattan deslumbra os numerosos turistas que por aqui passeiam. As atenções das máquinas fotográficas, smartphones e tablets (as primeiras em minoria) repartem-se entre a estátua e os arranha-céus em frente.


Apanhando de novo o ferry, desce-se na próxima paragem, a Ellis Island. O edifício histórico recebe-nos como recebeu milhões de imigrantes. Lá dentro podemos visitar as exposições e subir para admirar o grande salão, onde outrora se amontoavam aqueles que ansiavam a luz verde das autoridades para entrarem no país. Alguns eram mandados de volta e não chegavam a pôr o pé na terra prometida.



É possível pesquisar em computadores os registos das entradas, por nome ou nacionalidade, ou então percorrer cá fora o extenso mural que tem gravado os nomes daqueles que por aqui entraram no país. Não falta lá o apelido Pinto…


Em termos de vista para a city, ainda é melhor do que junto à estátua da Liberdade. Daqui Manhattan revela-se em toda a sua glória, parecendo estar ao alcance de um braço. Ao longe, em Midtown, vê-se o Empire State Building e a silhueta dos arranha-céus dessa parte da cidade.


E como nós já tínhamos passado na imigração anteriormente, era para lá que regressaríamos de barco, também nós ansiosos por percorrer essa terra, também para nós, incógnita mas cheia de promessas.


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