No topo do Empire State Building


A cidade que nunca dorme ganha um encanto especial ao cair da noite. As luzes começam a acender-se; o vento sopra mais frio nas avenidas; as pessoas saem à rua com roupas exuberantes. O glamour parece passear-se nas avenidas de Nova Iorque. 



Há inúmeros lugares para admirar o skyline nocturno desta metrópole, mas nenhum será mais emblemático do que o topo do Empire State Building, com 102 andares que se erguem no céu como um tótem para o mundo. 



Construído em 1931, na altura da Grande Depressão americana, o edifício que é hoje o símbolo do capitalismo nova-iorquino, esteve quase condenado à falência. Ninguém queria alugar os seus espaços e o edifício chegou a ser apelidado de "Empty State Building". Até que alguém teve a ideia de converter o seu topo em observatório, rentabilizando o investimento e atraindo empresas multinacionais e americanas para o seu espaço. 



Apesar das vistas do topo serem "breathtaking" (como dizem por aqui), alcançar o "cume" é tarefa difícil. Adquirimos os bilhetes através da internet e, mesmo assim, estivemos quase duas horas na fila para conseguir chegar até ao afamado 86º andar, onde um observatório permite uma vista panorâmica de 360º sobre a ilha de Manhattan, Brooklyn, Newark, Queens e Bronx. 


Optamos por subir ao observatório à noite (porque já tínhamos subido ao Top of the Rock durante o dia), embora a ideia inicial fosse apanhar o pôr-do-sol. Infelizmente não conseguimos já que não contávamos com duas horas de fila mesmo tendo já os bilhetes adquiridos. 


A vista, essa não desilude. Nem por um segundo. O vento era muito intenso e as pessoas quase corriam para tirar fotografias. As temperaturas que durante o dia tinham andado à volta dos 20º C, baixaram nessa noite para 3º C e o vento parecia cortar a cara e fazia os olhos chorar. No entanto, tudo isso passou. Serão memórias fugazes que provavelmente o tempo apagará. 



O tempo tem a bênção de nos fazer esquecer aquilo que nos chateou e realçar as coisas boas da vida. E, vista daqui, Manhattan é, claramente, uma imagem muito positiva da vida. É uma obra da engenharia e da arquitectura moderna. É a marca do Homem neste planeta, cada vez mais humanizado. É, talvez, uma manifestação da força do Homem sobre os condicionalismos naturais. Mas, aqui em cima e, sentindo a força do vento, é fácil de perceber que não são só as memórias que serão fugazes. Também estas construções e cidades o serão. Como será Nova Iorque daqui a 100 ou 200 anos? Ainda estará aqui o Empire State Building? 


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