No Trilho dos Pescadores, a Rota Vicentina desde Vila Nova de Milfontes até Almograve

Da Zambujeira do Mar, partimos de armas (fotográficas!) e bagagens para Vila Nova de Milfontes, a nossa próxima base para a exploração do Trilho dos Pescadores, na Rota Vicentina. Para tal decidimos mimar-nos um pouco e escolhemos a Quinta do Moinho de Vento, um alojamento de qualidade e conforto um pouco superior aquele a que estamos habituados nas nossas viagens. Num recinto recatado, perto do Parque de Campismo, a Quinta do Moinho de Vento revelou-se o local ideal para descansarmos antes e após a nossa incursão pela segunda etapa do Trilho dos Pescadores: Vila Nova de Milfontes – Almograve, um percurso de 15 km, com uma duração estimada de 5 h, e com um grau de dificuldade médio. 


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Desta vez, seria um percurso a sós, ao contrário da nossa primeira etapa. Mais uma vez fornecidos de água, comida e protector solar, iniciamos o nosso percurso pelo Posto de Turismo da vila, já manhã avançada, seguindo pela rua principal até à estrada nacional. 


Esta parte do percurso é num contexto urbano, e por isso não muito interessante, mas sempre pudemos apreciar a parte mais comercial da vila. Uma outra opção seria cruzar de barco o rio Mira e iniciar o percurso na praia das Furnas, encurtando um pouco a distância total. Mas resolvemos fazer o percurso na sua totalidade, o que nos permitiu cruzar o rio pela ponte, de onde se pode observar do alto a vila e a impressionante foz do rio Mira.



Saindo da estrada nacional, cruza-se campos agrícolas para descer até às praias fluviais e, mais à frente, a praia das Furnas, uma bela praia, com um extenso areal junto à foz do rio.




A partir daqui, dissemos adeus ao bulício dos veraneantes e enveredamos por um caminho rural que passa por terrenos agrícolas que se estendem quase até ao mar, para depois nos aproximarmos mais da linha costeira. 



Aqui o percurso torna-se claramente dunar, com bastante areia no trilho, tornando mais difícil a progressão. Mas a proximidade do mar torna a paisagem muito mais espectacular, começando a ver-se a costa recortada e trabalhada pela água. Não é uma zona de falésias altas mas as formas que as rochas assumem é de uma variedade e beleza verdadeiramente notáveis.



Exemplo disso foi o local que escolhemos para almoçar. Mesmo junto à água, um espantoso campo de lapiás, um rendilhado belíssimo trabalhado pela água (mole) numa pedra não tão dura que é o calcário.



Depois de restabelecidas as energias, seguimos caminho. A areia foi a nossa companheira de percurso até quase ao fim. No trilho e fora dele… Passamos pela extraordinária praia do Brejo Largo, onde a extensão do areal e a beleza da paisagem novamente nos surpreendiam.




Depois de uma sucessão de pequenas enseadas, chegamos à bonita Foz dos Ouriços, de onde pudemos já observar ao longe a praia do Almograve, e onde o caminho inflecte para o interior, dirigindo-se para a vila com o mesmo nome. Depois de rodearmos um extenso campo onde pastavam vacas e bois, acabamos como começamos, isto é, na estrada nacional. Mas eram só 500 m até chegarmos à vila de Almograve, onde aproveitámos para descansar e assistir ao jogo do Mundial Argentina-Bélgica com um belo prato de caracóis a acompanhar.




Finalmente, regressamos a Vila Nova de Milfontes de táxi, com uma taxista de seu nome Isabel, com a qual falamos acerca da Rota Vicentina e que nos forneceu um pequeno livro e um excelente mapa da Rota, que nos será muito útil da próxima vez que regressarmos à costa alentejana. Sim, porque estamos certos que os destinos do Trilho dos Pescadores e do Viajar Entre Viagens se encontrarão mais uma vez.


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