Depois de nos termos maravilhado
com a paisagem vulcânica em redor do lago Myvatn, estava na altura de rumar
mais a norte, em direcção à cidade de Husavik. O nosso objectivo era observar
baleias, pois ainda que já o tivéssemos feito em Reykjavik, não nos tinha
preenchido completamente as medidas.
A estrada entre Reykjahlid e
Husavik é boa, e os cerca de 70 km são percorridos quase sem se dar por isso.
Quando chegamos à cidade, esta estava toda engalanada (era fim de semana e dia
de uma festa local) e cheia de turistas e locais a passear e a aproveitar o
sol, ainda que este fosse um pouco tímido.
Dirigimo-nos à
Gentle Giants, a
agência local de observação de baleias que nós escolhemos, e pouco depois
estávamos já no barco que nos levaria ao largo da baía de Husavik para tentar
observar os “gigantes gentis”. O mar estava calmo e o bom tempo, com poucas
nuvens, permitia uma excelente visibilidade. Estavam reunidas as condições para
uma boa observação…
A guia ia informando os
passageiros das características das baleias mais comuns nesta zona,
nomeadamente as baleias anã (
minke) e jubarte (
humpback), mas
também acerca da colónia de papagaios do mar (
puffins) numa ilha aqui
mesmo ao largo da costa. Nós colocamo-nos estrategicamente no posto de
observação mais elevado do barco, junto com a guia e algumas pessoas, que nos
permitia um ângulo de observação de 360 graus e uma maior visibilidade à
distância.
De repente, ao longe, perto de
outro barco, via-se uma baleia aos saltos! Apesar de não ser nada comum (a
própria guia confessou nunca o ter visto), era uma baleia anã que dava saltos
acrobáticos, ficando por instantes com o corpo totalmente fora de água. Há quem
diga que o fazem por alegria, ou então para se livrarem de parasitas, mas de
qualquer forma é um espectáculo digno de se ver. O barco rapidamente se
aproximou de forma a ficarmos quase ao lado da baleia e acompanhamo-la até ela
se cansar de tanto salto e submergir.
Quase de seguida, duas baleias
jubarte faziam a sua aparição, ora uma ora a outra, um pouco distantes entre
si. Não davam saltos, mas mostravam o dorso, exibindo a barbatana dorsal, e
quando queriam submergir mais tempo, mergulhavam a fundo, mostrando a cauda. Os
capitães dos barcos tentavam adivinhar onde elas emergiriam novamente e mal
elas eram avistadas, rapidamente se dirigiam para aí.
Depois de várias performances,
deixando os turistas entusiasmados, a guia informou que estava na hora de regressarmos.
A viagem está programada durar 3 horas e foi isso que se verificou quando
regressamos a Husavik. Quando saímos do barco, ambos concordamos que Husavik
merece realmente o título de “capital de observação de baleias da Islândia”, e
que quem quiser observá-las, em quantidade e proximidade, deve deslocar-se à
costa norte da Islândia e fazer uma visita à bonita cidade de Husavik.